quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Ainda dá tempo...

Ainda dá tempo de corrigir alguns passos mal dados,
ainda dá tempo de ser feliz já agora....
Ainda dá tempo de abrir mão do próprio tempo
para que encontremos o Deus que não olha para o tempo...
Ainda dá tempo de render-se, de abrir o coração e optar pela paz
do que a guerra...
Ainda dá tempo de construir laços sólidos que superam a mágoa
e o rancor...
Ainda dá tempo de viver e semear o amor...
Ainda dá tempo de fazer da terra seca, uma terra fértil,
onde o cultivo de belas flores se torna possível...
Ainda dá tempo de florir, de sorrir, de amar e distribuir o perdão...
Ainda dá tempo de sair da solidão, vencer o medo,
encarar a realidade com uma fé madura, romper com a falsa
armadura e fazer da fuga encontro, do desespero esperança.
Ainda dá tempo...

sábado, 10 de dezembro de 2016

Novo Ardor

Eis minha vida, oferta e sacrifício
Feito de amor, de verdade, liberdade
Que morre enquanto morrem minhas
Vontades, verdades que supunha
Fossem veras verdades que se desfazem
Ao brilhar sobre mim a luz de Jesus

Eis minha vida, nova beleza refeita
Dos erros, pedaços de erros, quebrados
De mim, virtudes que outrora morreram
Renascem logo que morrem meus vícios
Vaidades antigas e novas que morrem
Sobre o altar, sob a luz de Jesus

Eis minha vida, Novo Ardor que me deu
O Senhor e valeu minha vida e morte
Sentida todos os dias, sacrifício que
Eu desejo que seja perfeito, contínuo
Total oferenda, permanente motivo do
Dom que recebo e faço da luz de Jesus

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Deus escondido

Como encontrar um olhar
de esperança em meio
à devassidão?

Onde tudo parece morte,
Deus se apresenta como
vida e oportuniza que O
encontremos, em meio ao
caos a Sua presença.

É Deus escondido, a nos
fitar o coração e impulsionar
o espírito para unir-nos à Ele.

É Deus vivo, vida nova,
a dar novo sopro aos que
já jazem no sepulcro.

É Deus que suscita olhares
de esperança e gera vida
onde tudo é morte e devassidão,
que faz do caos lugar de paz.

domingo, 6 de novembro de 2016

Finado

O que sei dizer de mim
é sempre pretérito,
nunca sou totalmente
presente a mim mesmo,
olho adiante e caminho
não há, olho atrás e só
vejo lembranças, passado
que sou e que fez quem
sou, prelúdio de esperança
e só, só de Deus depende
o resto e de um desejo:
seguir o caminho sem
me preocupar o trajeto
e a distância até tornar-me
particípio passado, passivo,
finado por Deus na Terra
e começado por Ele no Céu

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quem sou eu?

Eu te vi Jesus,
Pregado, humilhado,
Ferido, ensanguentado...

Aos pés da Tua cruz
Me via a Te abraçar!
E, Tuas feridas, minhas mãos
Estavam a tocar!

Quem sou eu, para cuidar das Tuas feridas, Senhor?
Quem sou eu, para tocar em Teu sangue redentor?
Quem sou eu, para receber tão grande amor?

És minha pequena, és amada...
Imagem e semelhança minha.
O sangue na cruz derramado
Foi para fazer-te consagrada.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Deus me espera

Ansioso caminhava de
um lado para o outro
Angustiado à minha espera

Se tardo sofres suprema
angústia..., crescente a
cada minuto que passas na
minha ausência

Se desperto ao vibrar Tua
voz, no íntimo meu estremeço
ao Seu Chamado
Não permaneces mais calado
E em minha direção grita meu
nome.

Tu não gostas de coisas em báus!
Quando chego trazer a chave certa
para destrancá-los!

Tu me esperavas hoje só para
destrancá-los!
Admita, Senhor! Tu não gostas
de baús!
E esperas ansioso para desbravá-los!

Deus me espera para curar-me!
Deus me espera para desvendar-me!
Nunca para de tirar tranqueiras do
meu báu!
Deus me espera para restaurar-me!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Voos no Espírito

Quero hoje mais uma vez clamar
o Teu Espírito Santo, para que Ele
venha me conduzir e avivar os dons
que a mim foram doados.

Quero hoje renovar meu sim,
dirigir a minha súplica, dedicar-Te
o meu louvor!

Vinde, revigora meu interior,
para que livre minha alma
possa voar mais e alimentar
o desejo das coisas celestes.

Leva-me mais alto, mais longe
e mais perto dos desígnios de
Deus, leva-me nos altos voos
do Espírito.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Vinde e vede



Rabi, onde moras?
-Vinde e vede!
Adentra em minha morada
E permita-me esconder em teu coração.
Conheça-me e deixe-se conhecer...

Permaneça comigo, sê discípulo meu,
Renuncia o homem velho
Abandona tuas redes,
Segue-me.

Desejo dar-te uma nova vida!
Permita-me restituir teu coração...
Venha comigo ao lugar sagrado,
Lugar da perfeita restauração.

Siga meus passos, vinde e vede!
Venha conhecer o lugar preparado para ti

Vede! Meu coração aberto te espera.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Mar revolto

Sempre quando trago meu coração turbulento,
Vens Tu e trazes Teu acalento
Nas ondas revoltas e no mar embravecido
Sobre os quais Teus pés caminham tranquilos
És porto seguro Tu que não Te aquietas e estás
caminhando sempre à minha procura.
Não tens Tu, ponto fixo e como posso eu em
Ti achar segurança?

Tudo que está dentro de mim
A calmaria Tua querem destruir
E instalar o caos onde fizestes
Tu sobrevir doce quietude

Ah, mar revolto!
Teus gemidos não resistem àqueles
pés cuja Palavra é doce vida....
Tu, oh mar, te silencias prontamente
Não querendo deixar que nenhuma semente
Passe em vão sem tornar-te água pura,
qual orvalho.

Pode um mar ser como orvalho?
Ah, sim! Como não? Não há furacões
que Tu não domines...
Não há tempestades que Tu não  possas
transformar em alegria pacífica.

sábado, 3 de setembro de 2016

Fofoca

Não importa se são fatos ou boatos
Se presenciamos ou escutamos
Muda o olhar
Preocupa-te com os teus atos
E assim não terá tanto agravo
Para o que depois virá.

A imagem e semelhança
Deus criou a mim e a todos
Então porque zombas
Com alegria e sarcasmo
De algo tão delicado
Que é a falha do outro?

Refreei minha língua Ó Senhor,
Mas minha inclinação tende para o mal
Mil coisas passam pela minha cabeça
Louvado Seja Deus, quando na minha boca
Não encontram fuga e na língua uma espada.

Mesmo falho e com palavras vacilantes
Louvo ao Pai, que nos fala
Por meio do Filho, Verbo eterno
Com Espírito Santo, o Amor
Que nossa língua se inflame de ardor.

Escrito por Renan Pereira.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Um rio que corre no deserto

Fazer muito às vezes implica em recolher-se e colocar-se em oração, 
provar antes do horto ao invés da consolação. 
Ser feliz está muito além do que ter um sorriso nos lábios, 
é consequência de uma vida ao lado de Deus,  empenhada no 
serviço ao próximo. 

Amar é intensificar o empenho em ser melhor e transformar 
as margens, adentrar as moradas e desvendar os segredos 
do grande castelo e conhecer cada vez mais o Rei que em seu 
interior habita.

Esquecer não é perdoar, tampouco abrir mão das feridas que
foram causadas ao longo do tempo... 
Agora perdoar sim, com certeza, é render-se e não esquecer a filiação 
divina, é crer que vale mais à pena a misericórdia do que o julgamento. 
Crescer implica renúncia, perca de si e muitas vezes uma grande
revolta, um sentimento de incompreensão e uma secura, um deserto
interior. 

Amadurecer é conseguir olhar para o deserto e ver que mesmo em meio
às tantas imperfeições, Deus não desiste de confiar sempre mais e de 
manter viva a nascente que corre em meio a este deserto. 

Esse rio que corre, transpassa o nosso santuário, gera vida e não cessa, 
é consolo para os que sofrem, refúgio para os que naufragam, é sempre
nascente, sempre vivo, pois é o próprio Espírito que orienta o curso de 
sua água, esse rio que corre, sou eu,  é você! A água sempre nascente 
é a misericórdia divina, que inunda vidas, transborda amor e é frescor 
para as almas que vagam pelos desertos. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Vales mais

Tu vales a pena e o gozo,
o que sofro e o que gozo
e muito mais

Vales toda privação e
todo consolo, toda paz
e muito mais

Vales um minuto de dor,
também uma vida de penas
e muito mais

Vales tudo o que deixo
e vales tudo que ganho
e muito mais

Vales a vida e a morte,
vales qualquer sorte
e muito mais

Vales meu silêncio, vales
minha voz, uma prece
e muito mais

Tudo é vazio se faltas
Vales mais do que tudo
e muito mais

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Reconciliação

O pecado me sufoca a alma,
Perturba o coração,
Me afasta de Deus,
Me arrasta para a escuridão.

Das trevas vejo Deus distante,
Longe de mim, quase inalcançável,
Meu coração grita,
Minha alma chora,
Deus, porém, me ama e me chama,
Ele diz: Filha, volta!

O pecado nos separa,
Maltrata meu coração.
Deus sofre com minha dor,
Dor esta, que eu mesma escolhi sofrer...

Agora arrependida quero voltar,
Com Deus me reconciliar!
O sacerdote é humano,
Pecador como eu,
Mas Jesus lhe concedeu a graça,

De ser instrumento, para a nossa reconciliação com Deus.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Meu sim na Criação

Como fugir de Ti?
Meu sim está estampado
no azul do Céu, no verde
das árvores e no brilho
do Sol...

Como fugir de Ti?
Por onde vou, vejo meu sim
contigo firmado, no azul límpido
do céu, que me lembram a clareza
de Teus olhos.
As árvores, com seu verde, me renovam
a esperança em Ti....
O brilho do Sol me ilumina, como Tua
face resplandecente....

Como fingir não ser Tua?
Mesmo tendo fracassos todos os dias,
tento imitar-Te nas Sua obras de amor....
Assim como Pedro, que já era como
qualquer Simão...
Denuncio, ao menos minhas tentativas,
o sonho de ser parecida Contigo!

domingo, 31 de julho de 2016

Raízes em Ti

Saí! "ide e fazei discípulos" Ele disse..
Mesmo tão distante de minha terra,
sinto-me enraizado, preso, abafado
Pelo peso de meus apegos que me
grudam na terra e não querem soltar.

São apenas desejos, digo a mim mesmo
Converta-os a Cristo e sua vontade,
Até não ter mais raízes, pois o ir
Não se relaciona em sair do lugar
Mas sair de si.

E quando a saudade vier
Ou nesta terra os pés fincar
Possa eu estar preparado
Para não criar raízes
Pois Ele me diz novamente
Ide.

Escrito por Renan Pereira.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Farol

Vós perscrutais
meus caminhos,
mostrando-me
aonde devo ir.

Vós sois o farol
que brilha em meio
à noite densa e à
forte tempestade.

Sigo a Luz, e em
alto mar meu barco
veleja, quando se
aproxima o farol,
está próxima a
chegada.

Nesta hora brota
em mim a prece:
que importa se
é densa a noite e
forte tempestade?
À minha frente está
a Luz, o farol!

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Olhar restaurador


 

Quanto mais me olho, menos me vejo
O que vejo me afasta de mim
Vejo o pecado e sua deformação

Olho para mim e o olhar se turva
A visão está deformada, confusa
Em meio a escuridão meu olhar se perde

Em meio a tanta confusão
Ouço A voz d'Aquele que pode
Me fazer enxergar quem verdadeiramente sou

Ouço então, essa voz misericordiosa dizer:
"Olhando para Mim, aprenderás a olhar para ti"
Eis o caminho para me encontrar

Diante desse doce olhar, posso enxergar
a imagem e semelhança de Deus que sou

Olhar que penetra e revela a verdade da alma!

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Última gota de sangue

Que instante longo aquele,
que na Sua última gota de sangue,
um mar de graças nos deste.

Sinto-me naquela tarde em que de seu lado
a lança transpassou, e ao ver a última gota
de sangue parece que foi o meu coração
que parou.

Aos poucos fui sentindo o meu coração
bater mais forte, estrondoso, com vigor,
Determinado a doar até
A última gota de sangue
Como gesto de amor.

Escrito por Renan Pereira.

domingo, 19 de junho de 2016

Santa Cruz


O Teu sangue derramado,
lava o mundo inteiro.
Fraco e perdido, voltou-se
o homem ao Criador.

O olhar distraído
do homem dirige-se
ao Céu, seu coração
inquieto encontrou paz
e direção.

Vieste, Jesus, dar-se inteiro,
para juntar o que era fração,
tornar um, trazer comunhão.

Pela Tua santa cruz,
remiste o mundo inteiro.
Trazendo temor e retomando
o laço rompido pelo pecado.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Recomeço

Acendi as luzes e vi num canto da sala, esquecidos, os sinals de uma última visita a este lugar. O tempo também deixou suas marcas, impiedosas, no chão, no teto, nas paredes, teias e bichos, rachaduras, poeira, marcas de ausências duradouras. Até respirar é difícil, difícil encontrar palavras para descrever o que [não] vejo. Vou até aquele canto e apanho do chão o caderno e o lápis que ali ficaram. Um lápis sem ponta e um caderno de páginas amareladas pelo tempo. Senti saudades do tempo em que éramos muitos aqui, sempre muitos, ainda que fôssemos apenas dois. De minha parte confesso a culpa: o silêncio impune que me impus, a irreverência, o barulho, o esquecimento, o tempo passado longe daqui, as palavras não ditas e perdidas, empoeiradas, envelhecidas.

Estava de passagem por aqui e resolvi entrar, preparar o lugar para novos moradores e novas visitas, abrir janelas e as portas para quem quiser entrar e ver. Venha quem quiser, quem quiser olhar ou beber um pouco de nossa água, sentar em nosso sofá e partilhar um pouco de nossa vida, mesmo que em silêncio. Venha quando quiser e encontrará dois ou mais de nós aqui, nas palavras que aqui deixamos, esperando por você. Quando sair, não se esqueça, leve no coração quem aqui nos uniu: nosso Jesus!